Por onde anda a cultura de Canoas?


Desde que concluí minha graduação em Artes Visuais, adquiri grande fascínio pela história e pela cultura local. Desvendar as próprias origens e o que levou a cidade a se tornar o que é nos dias atuais, é uma ambição provocativa e ao mesmo tempo recompensadora. Resgatar os valores históricos, culturais e morais instiga a reflexão sobre a própria existência e qual espaço ela ocupa dentro da história do estado e do país. 

Dentro do Rio Grande do Sul cada município possui suas características, a essência que a torna única e especial dentro do estado que ela está localizada. Porém, infelizmente não é o que se encontra em Canoas.Uma cidade dormitório encoberta pela grande capital Porto Alegre. Não estou desmerecendo a cidade, pelo contrário, creio que ela possuí identidade própria, mas pouco explorada  pelos seus representantes e pela população.

Dificilmente você andará por Canoas e encontrará museus com exposições de alto cunho, acervos históricos, oficinas ou projetos artísticos e culturais visando na própria cultura. Como docente, não posso criar uma rota histórica cultural dentro do município, pois não há planejamento e estrutura para tal ação. É necessário se deslocar até a capital para vermos a Arte, para senti-lá como parte do nosso cotidiano. 

Quando penso na cultura da cidade sinto grande desleixo, como se não existisse. Claro que há (pouquíssimos) projetos e fundações voltadas para a Arte e Cultura, mas normalmente são projetos que não se enraízam, tornando-se vagos e rapidamente esquecidos na memória dos canoenses. Creio que a decadência de valores é resultado de pouco pensamento e nenhuma ação em relação as falhas presentes no sistema cultural da cidade. Falta iniciativa do município, da populações e dos próprios integrantes dos meios  artísticos e culturais. 

Não sou especialista, mas como admiradora e dependente do meio cultural na minha profissão, vejo grandes rupturas que se alastram de forma rápida e  destruidora. Canoas está virando uma cidade vazia, coberta de condomínios e concreto, perdendo gradativamente seus valores.Creio que não só eu, mas muitos outros cidadãos desejam uma revolução de conceitos em relação a Arte, Cultura e Turismo. O município não pode se apagar no cinza, precisamos de cores e ritmos para marcar nossa essência pelo mundo.
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2 comentários:

  1. Moro em Sampa... e o que mais gosto dessa cidade caótica é a quantidade e qualidade de informações e programas culturais não apenas sobre a cidade, mas sobre diversos assuntos e lugares. Sempre busco fazer pelo menos um programa cult no fds... e o mais legal é que são gratuitos ou baratos. Fazer isso sempre me faz se sentir mais completa, mas a par do que está ao meu redor... simplesmente adoro. Entendo sua indignação pela falta de estrutura e abertura voltada para "Arte, Cultura e Turismo" na sua cidade... isso é essencial a todos e em qualquer lugar.
    Beijo!

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    1. Sim, é complicado a falta de cultura que há na minha cidade. Todo o foco fica em Porto Alegre, enquanto a area metropolitana fica escondida, quase invisível.
      Com certeza, cada cidade merece ter a própria essência, e não depender de outras para estar fixa no mapa.
      Adorei o comentário, é sempre bom encontrar mais pessoas que visam a cultura, turismo e a arte com olhos admirados.
      Beijos!

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