Lençol Branco


Hoje eu acordei e permaneci deitada, olhando para o travesseiro ao meu lado que estava vazio. Tem dias que simplesmente precisamos acordar e encontrar no olhar de outra pessoa tudo que precisamos, mas só havia o vazio ali.

Ironicamente o conforto veio de pessoas que nunca havia imaginado, pessoas que de formas silenciosas estão mais presentes na minha vida, mais do que pessoas que deveriam estar ali me confortando e dizendo que tudo ficaria bem.

Pessoas são assim, egoístas, a ponto de correr atrás daquilo que não possuem mais ou por aquilo que nunca irão ter. Deixam morrer o que estava vivo em mãos, deixam morrer o amor, a alma e sabe se lá o que mais.

As mãos ficam prezas naquele nada, presas naquele travesseiro vazio que não há mais nenhum cheiro, nenhum aroma de shampoo barato e loção de barbear.  O corpo vira de um lado para o outro, e o vazio te absorve cada vez mais, sufocando todo aquele resto de esperança de abrir os olhos e de ver você ali lutando por qualquer sorriso meu.

Os sinais veio aos poucos, a dor você fez nascer e agora ela atingiu níveis que ninguém imaginava, inclusive eu. O amor e o ódio, nada reinava naqueles lençóis brancos, apenas o vazio. Silencioso e mortal, eu era enterrada em lágrimas e decepções.

Todos os passos foram ensaiados, com capricho e devoção, mas o nada era a reposta que vinha da minha cama, da tela sem vida do celular. Gritar, chamar a atenção, chorar, enlouquecer, creio que já passei de todos os estágios, era um motor sem combustão, apenas esperando enferrujar, perder toda a força que por ali já circulou. Apenas parar o tempo... era o que mais queria, parar o tempo para que toda a dor fosse embora junto do vazio que fazia pinicar toda a extensão da minha pele.

Por alguns segundos, eu só queria escutar o barulho do motor gritar dentro de mim.
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